segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Onze restaurantes aderiram aos "Fins-de-Semana Gastronómicos Porto e Norte.Come".

Assado no forno será prato principal

Fogaça como sobremesa

Onze restaurantes do concelho da Feira aderiram aos "Fins-de-Semana Gastronómicos Porto e Norte.Come", promovidos pela Entidade Regional de Turismo do Porto e Porte de Portugal, em parceria com a Autarquia. A iniciativa realiza-se nos dias 22 e 23 de Janeiro, no âmbito do programa de animação da Festa das Fogaceiras.
Renascer, Manjar da Cruz, Praceta, El Puerto de La Cruz, Sitius e O Conde do Castelo (Santa Maria da Feira), Quintinha Gabriel (São João de Ver), Pedra Bela e Taverna (Caldas de S. Jorge), O Retiro da Transmontana (Fornos) e Rei da Picanha (Escapães) são os onze restaurantes aderentes.
A ementa já está definida. O prato principal será assado no forno, tradicionalmente confeccionado em dias festivos no Concelho. Assim, no menu dos restaurantes aderentes deverá constar "Assado misto de carne sobre leito de arroz de forno, batata assada com tomilho e lágrima de esparregado". A sobremesa será, naturalmente, a Fogaça, doce típico de Santa Maria da Feira e símbolo da Festa das Fogaceiras. A sugestão desse fim-de-semana será, por isso, "Fogaça da Feira com doce de abóbora com nozes, ladeada de mel e acompanhada com vinho do Porto."
Os "Fins-de-semana Gastronómicos" decorrem de uma estratégia de acção concertada da Turismo do Porto e Norte de Portugal com 60 municípios da Região, no sentido de posicionar o produto estratégico "Gastronomia e Vinhos" numa perspectiva de contemporaneidade, de novos horizontes e desafios revestidos de competitividade e competência através da salvaguarda da nossa herança riquíssima de tradições e origem de produtos, privilegiando o saber adquirido.

In Correio da Feira…

Engenharia local… Vale a pena ver…

IMG_0020[1]

IMG_0016[1]

IMG_0006[1]

Até parece simples…

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

BOM NATAL E UM FELIZ ANO NOVO…

IMG_1630

FOTO DE DANIELA…

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Fernando Conceição VS Pedro Castro e Silva

Vou lançar um desafio ao amigo Pedro Castro e Silva...

Em primeiro gostaria que ele lesse com atenção o texto de Fernando Conceição.

Depois em forma de “esquiço” desenhar o sonho deste grande médico, e ver passado quase um século, o que de facto foi feito, e o que ainda podia ser feito...

Quem sabe se um dia vou ver este desafio aceite pelo Arquitecto com maior projecção da freguesia...

Aos homens de boa vontade

Repartida pelas duas margens do Uima, que coleia serèno entre renques de amieiros, levanta-se a frèguesia de S. Jorge, onde bro­tam as mais bem localizadas ter­mas do norte do país.

Em síntese, é uma tiligrana de verdura num escrínio de pinhei­ros. A natureza, em vez de aspe­ctos grandiosos, dá-nos a sensa­ção de conchego e ganha em va­riedade o que perde em extensão. Não se olha em extasis; observa-se em ternura.

Esse sentimento levou os ba­nhistas a buscar designações no­vas para os lugares preferidos e que vincam de forma inconfundível o pendor de alma que o pano­rama lhes creou—a velha Fonte do Ribeiro de clara linfa e luxuriante vegetação é hoje a «Fonte dos Amores» e a Ponte dos Candeidos, poetizada pelas noites lua­rentas que esbatem em penumbra a sombra dos salgueirais no rio sonolento, chama-se hoje a «Pon­te da saudade».

Sob o influxo vitalizador das suas águas termais todo o orga­nismo se transforma: as articula­ções pêrras de o reumatismo rea­dquirem a mobilidade, a pele es­foliada, dura, de crostas repelen­tes, alisa-se, amacia-se, torna-se flexível, o aparelho digestivo limpa-se de catarros, expurgasse de dispepsias, drena-se de bílis e até a dura fibra cardía­ca, tocada pela acção emoliente dos banhos e pela sedução da pai­sagem, deixa de ser músculo es­treme e desabrocha a sua espiri­tualidade em flirts e casamentos.

Tais são as razões que todos os estios trazem até estas termas cêrca de um milheiro de doentes; mas êsse número deve aumentar, devemos completar as virtudes da natureza com um conjunto harmónico de factores que sejam ou­tros tantos incentivos ao aumento da frequência.

É possível consegui-lo?

É, desde que se expurguem estas termas dos êrros acumula­dos de geração em geração e se entre num período construtivo racional.

Numa terra onde a maioria dos edifícios é recente e, portanto, que se poderia ter delineado em conjunto, calculando, de antemão o eleito arquitectónico sob o as­pecto de beleza cenográfica, deu-se licença a cada indivíduo de construir casas a ésmo, sem aten­der à arquitectura de cada uma nem ao conjunto prespéctivel do sitio em que se edificavam.

Daí quantos crimes de lesa-beleza, quantas barbaridades, come­tidas!

O próprio edifício termal refle­te o gosto caraíba do primeiro curioso de cujas sabencas as suas obras depondem. As suas pintu­ras não se arreceirm de ombrear em policromia com os lenços vianeses e até o frontão que lhe en­cima a fachada monumental apoia a sua senectude a uma colona supranumerária, à guisa de muleta.

Ora não devemos deixar pro­telar-se indefinidamente tal esta­do de coisas. Criemos uma comissão técnica a cujo cargo esteja o traçado geral das termas que véle pela beleza arquitectónica particu­lar ou geral dos edifícios, que su­perintenda na construção dum novo edifício termal de linhas grandiosas (o existente seria, a pós algumas modificações, reservado às classes inferiores) provido do mais moderno material de hidro­terapia e mecanoterapia, com o seu laboratório para analises clínicas, destinado aos trabalhos ine­rentes a uma estação termal moderna e á investigação cientifica.

No môrro da Sé, vestido de ár­vores, um hotel sumptuoso, a ca­valeiro do Parque. Este estenden­do-se aos baldios do Rio da Sé, e aos campos visinhos que margi­namo o Uína, uma larga avenida descendo desde a estrada da Cor­da o monte fronteiro ao rio da Sé, e penetrando no Parque atravez de um portão monumental até acabar num largo espaçoso junto do Balneário, Depois, dentro do Parque, tufos de verdura, recan­to de arvorêdo, cascatas de fontes o Uima alargado em lago extenso sulcado de barcos, semeado de ilhas, àlém clareiras de campos de jogos, e na Avenida Central bazares, barbearias, casas de fru­tas, bars, etc...

Estou a "ver daqui o sorriso cético dalguns que me lêem. São os que vão delindo em lágrimas o ideal que não procuraram rea­lizar.

Homens de bôa vontade!

Homens que sem derrotismos, sem o desalento dos povos que na quietude mansa da impotencia param na estrada da Historia á espera da derrocada final: homens, metemos ombros á tarefa!

Excelentíssimo Senhor Presi­dente da Camara da Feira, Di­gníssimos Vareadores! Estarão esgotados todos os recursos para fazer das Caldas de S. Jorge, aquilo que o desejo nos péde?

Não. A Câmara que já muito tem feito, não pôde arear com a res­ponsabilidade material da obra ? Pois bem, irmanados pelo mesmo ideal, vamos lá acima ao Ministé­rio e roguemos para a nossa Ter­ra o subsídio que para as outras não tem sido negado.

Tracemos um plano geral des­ta obra grandiosa e realizemo-la lenta mas persistentemente.

Foz do Douro, Julho de 1936.

Fernando Conceição

(Medico hidrologista)

A Pasmaceira de Caldas de S. Jorge… O que se diz dos habitantes em 1923…

Caldas de S. Jorge

9 De Junho de 1923

Abriu ao publico o estabelecimento termal e desnecessario será dizer que aqui tudo continua na mesma, como ha um, ha dois, ha seis anos.

Ou, esclarecendo melhor, temos a menos a palhota do parque, onde ás tardes deleciavam uma chavena de café ou um copo de cerveja, e onde se passavam horas alegres em convivio dos amigos.

De resto, tudo na mesma.

Nem o municipio, administrador das aguas, nem a iniciativa particular tentaram melhorar as condições deploraveis em que se encontra esta estancia balnear.

O estabelecimento abriu no dia 3 e já aqui se encontram algumas familias para uso de banhos, general reformado Campos e filha, de espinho, familia Rosado, da mesma praia, Domingos Gomes Ferreira e familia, de Louredo, etc. estão algumas casas alugadas.

Por uma rapida visita que fizemos às diversas dependencias do balneario, constatamos uma severa limpeza e aceio, o que com satisfação registamos.

Todos lamentam que estas maravilhosas aguas continuem entregues á administração municipal, e não apareçam homens de iniciativa rasgada para desenvolver esta decadente estancia á altura a que tem juz pelo seu valor e pelos beneficios que tem operado a milhares de doentes de pele, reumaticos e morfeticos. Todos lamentam, e todos ficam em lamentações, e mesmo os habitantes desta localidade que, plo que ha muitos anos se tem verificado, são duma indolencia lamentavel, sendo preciso fazelos despertar com rasgos de iniciativa, como hà pouco sucedeu, para que eles abram os cordões á bolsa e a si mesmos sejam uteis.

Vem isto a preposito dum relogio que ha dias foi colocado na torre da egreja. O rev. Paroco José da Costa e Silva amealhou alguns cobres de confrarias e destinou os a um relogio que importou em perto de oito mil escudos. O dinheiro amealhado não dava nem para metade do custo do relogio, mas lembrou-se o rev. De promover leilões, exemplo imitado doutras freguezias. Realisaram-se estes em quatro domingos seguidos, concorrendo os habitantes de cada logar com ofertas em tal valor e abundancia, e no final foram apurados vinte e tantos contos.

Este facto deve servir de incentivo a outras iniciativas para que as Caldas de S. Jorge deixem de ter andamento do caranguejo.

Au retour.

(Texto de 9 de Junho de 1923 publicado no Correio da Feira, mantendo-se a transcrição exacta do original. Descoberto e transcrito por Ângelo Miguel Magalhães Cardoso)

  ©Template by Dicas Blogger.

TOPO