segunda-feira, 1 de março de 2010

Opinião sobre a escolha Caldas de S. Jorge – Pigeiros…

Do pouco que vi no relatório preliminar, apresentado por vossas excelências, denoto que a escolha de Caldas de S. Jorge, parece mais politica, que racional, acentuando para a população ficar atenta a lóbis que possam surgir, em detrimento da racionalidade e da clareza do estudo. Achando eu que estes estudos feitos por entidades independentes, deveriam e devem ser independentes, acima de tudo verificarem o que dizem.

Passo já a explicar:

· No que diz respeito ao património classificado, existe um lapso, ou não, do edifício termal nas Caldas de S. Jorge.

· Para anular a opção de Espargo/Rio de Meão, que tem sensivelmente o dobro da área de Caldas de S. Jorge Pigeiros, a justificação para a colocação fora de opção é está prevista “a implantação do projecto de Expansão do Europarque já protocolado entre a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira e a AEP”. Algo que me deixa estupefacto, pois já foi tornado público pelo presidente da AEP a desistência dessa intenção. O que mais me espanta é que estar aprovado pelo governo e ainda estar em vigor a instalação do PERM no local da Lixeira, não serviu de Pretexto para excluir esta opção.

· Para me espantar este estudo, a despreocupação como é quase descrita da construção, mesmo no inicio da área de protecção termal. Mais me surpreende é a quase nulidade de afirmação, que parte deste equipamento ficará paralelo ao principal curso de água do Concelho de Santa Maria da feira, ainda mais em local devidamente identificado como leito de cheias, podendo inclusive em intempéries excepcionais parte do aterro ficar submerso pelo rio.

· Mais me espanta, a ausência no relatório do já aprovado caminho pedonal para aquela zona, nomeadamente na margem do rio Uíma, que seria uma das infra-estruturas de apoio às termas de Caldas de S. Jorge. Não sei se terá sido por esquecimento!!!

· Mais grave é a falha no relatório, que o leito do Rio Uíma, rio esse que poderá vir a ser o mais visado com este equipamento, no centro da freguesia de Caldas de S. Jorge, está sobre o veio principal de água sulfurosa que abastece as únicas termas da área Metropolitana do Porto.

· A ausência no relatório, de nas proximidades existir o único hotel da Feira norte, bem como da possibilidade das acessibilidades, não estarem prontas nos próximos anos, e todo o tráfico estar condicionado à Nacional nº1, numa das zonas mais movimentadas em todo o seu traçado.

Estes são algumas falhas que eu vi após ter perdido 5 minutos a ler o relatório preliminar, que no meu entender, não diz nada de novo que já não seja conhecido, só com uma diferença é a ocultação de aspectos importantes, que condicionam claramente esta escolha.

Parar terminar, o que me incomoda não é ao primeiro impacto após leitura na diagonal, a falta de um estudo mais sério ou melhor mais aprofundado, mas sim o facto de colocarem a hipótese da possível localização de um aterro sanitário, junto a uma infoestrutura, como as Termas de Caldas de S. Jorge, que será o mesmo de colocarem a hipótese dessa estrutura ser colocada na quinta do Castelo de Santa Maria da Feira, bem como junto aos jardins das piscinas municipais. Isto sim, começa-me a preocupar, pois obriga-me a questionar que tipos de formados estão a colocar as nossas universidades à frente do destino do país. É nestas alturas, que incidentes como os da Madeira, não me admiram, pois vale tudo numa sociedade que devia colocar a racionalidade, sente-se motivada a utilizar, a habilidade, que julgo não se tratar neste caso. Nestas alturas apetece-me usar uma frase dita por um Eng. e conhecido empresário “Portugal é um país de engenheiros, mas com pouca engenharia”.

Pena é que este relatório tenha sido apresentado, de forma ocultada da população, não podendo ser debatida directamente.

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