sábado, 7 de abril de 2007

Como se apanhava grilos na minha infancia.

Opção primeira: Apodere-se de uma palhinha de extensão razoável e, após a inserção da dita na casa do grilo [vulgo, buraco], vá rolando entre dedos, fazendo cócegas ao insecto ortóptero aqui objecto da sua caçada, até que este venha cá para fora.

Vantagem da opção primeira: além do grilo sair bem-disposto e a gargalhar, esta opção tem o seu quê de poético, infanto-nostálgico e demais diversas paneleirices tão do agrado de poetas, infanto-nostálgicos.

Desvantagem da opção primeira: Pode ocorrer o grilo não ter cócegas ou ter tido um compromisso fora. Mas, mais importante que isso, esta opção não nos dá uma desculpa para mijarmos para um buraco [vulgo, casa] onde mora um grilo.

Opção segunda: Urine para a casa [que é vulgo quê? exacto, buraco] do grilo, até que o referido animal saia a boiar num transbordo de líquido urinoso. Se correr bem, o grilo sairá em posição ‘escorrega de aquaparque’. Será muito divertido.

Vantagem da opção segunda: É para lá d’óbvia: esta opção estrutura uma desculpa para mijarmos para um buraco onde mora um grilo, acontecimento que é sempre de louvar, seja em que latitude for.

Desvantagem da opção segunda: Além de, muito possivelmente, ficar com um grilo que cheirar a urina – o que pode depois levar a que se coloquem questões da índole de uma “este grilo até canta bem, mas cheira a mijo” –, trata-se de uma opção que, embora esteja longe de ser exclusiva, surge-nos claramente optimizada para o género masculino, dado possuirmos a faculdade da pontaria. Para ambos os sexos, podem-se apontar, como pontos menos positivos, o facto de nem sempre se ter vontade de mijar e às vezes a casa [vulgo nada, já chega] do grilo ser, afinal, o lar duma cobra.

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