sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Felizmente foi um pesadelo Termal…

Estes dias sonhei que a Junta de Freguesia das Caldas de São Jorge, estava a proceder à construção de umas casas de banho no Jardim Dr. Carlos, mesmo frontais ao edifico termal.

Não entendi como era possível que alguém tenha idealizado umas casas de banho, para substituir outras que existem apenas a 20 metros.
Não entendi como era possível, trocar umas casas de banho que estão bem enquadradas na paisagem histórico-cultural da freguesia, em detrimento de outras que além de ser preciso destruir árvores que foram plantadas nos anos 60 e 70, para serem substituídas por betão armado, sem mais valia nenhuma para a freguesia, com a excepção do construtor, transformando o parque e o centro de Caldas de S. Jorge numa moderna sala de chuto, onde os toxicodependentes expulsos do monte das pedreiras, vinham ocupar, com toda a descrição possível.
Não entendi como era possível que a Sociedade de Turismo nada falasse sobre este atentado urbanístico, na zona de protecção termal. (Esperava mais de quem tenho por MUITO BOM GOSTO) será que era por estar a terminar o prazo de concessão?
Não entendi como é que a população da Sé, nomeadamente todos aqueles que passaram a infância naquele local, que beijaram a primeira namorada naquele jardim, depois de terem passado dias e tardes a apanhar grilos naquele espaço, se calaram perante esta ABERRAÇÃO urbanística.
Não entendi como é que a Câmara Municipal dava carta verde a um atentado urbanístico que mudaria (PARA PIOR) a imagem e o centro de Caldas de S. Jorge, fazendo com que aquele lugar conhecido pela pacatez, pela qualidade de vida, como local ideal para a promiscuidade sexual.
Não entendi, como foi possível colocarem raides de vias rápidas a escassos metros das termas mesmo no centro de Caldas de S. Jorge, para que hipoteticamente ninguém se atirasse a um campo que durante séculos nunca ninguém caiu, e poucos foram os que lá desceram.
Não entendi, porque razão no meu sonho, o Ilha Bar, esse espaço fabuloso estivesse com vidros partidos, portas arrombadas, pessoas que durante a noite usam-no para praticarem actos sexuais e de toxicodependência. Em que os barcos deram lugar a pneus arremessados por vândalos, em que o parque das termas estava cheio de carros estacionados, em vez de adultos e crianças brincarem, na qual os bancos foram ocupados por toxicodependentes, que se levantavam aos pares para injectarem numa nova casa de banho mesmo ali em frente.
Não entendi, como foi possível que o melhor espaço desta freguesia, tivesse chegado a este ponto decadente, onde tudo à volta era ruínas. Olhava-se para o morro da Sé, via-se a casa dessa figura impera da freguesia, Dr. Carlos, a cair de abandono, juntamente com a antiga sede da Junta de Freguesia. O Jardim que no passado lhe dedicaram, não passava de um lugar com cheiro nauseabundo de umas casas de banho e uma central de esgotos, em que se avistavam grafites e palavras de ordem à anarquia. No outro lado era a Fabruima, Casa da Pines, Loja do Sr. David, ocupados por marginais que usavam esses espaços para traficar droga, e se prostituírem.

Como foi possível ter-se chegado a este ponto!!!

Finalmente o despertador tocou. Felizmente, foi um pesadelo. Que alegria ao acordar e ver que estava na minha linda e pacata freguesia, que serviu de musa para escritores e poetas falarem, continuava intacta como quando eu tinha adormecido.

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