sábado, 29 de novembro de 2008

“Fogaça da Feira, Uma Morte Anunciada.”

Este titulo até pode parecer dramático, mas sinceramente acho que estou a ser muito melodioso.
A verdade é que não basta a Confraria da Fogaça, bem como a Associação dos Produtores Artesanais de Fogaça da Feira terem boa vontade para este maravilhoso doce concelhio não morrer.

É bom que a população e entidades olhem para a Fogaça como um doce em vias de extinção, caso não haja mudanças de atitude e de vontade por parte das entidades deste concelho nomeadamente Câmara Municipal. A Fogaça da Feira que pouco as entidades patrocinam, vai estar reduzida a uma festa anual, que é a Festa das Fogaceiras ou como na gíria se usa no norte do concelho “os vinte das fogaças”.

A realidade do caso é tão grave que as próprias entidades ainda não se interiorizaram da verdadeira dimensão deste problema. Vamos a ver a maior festa do concelho, que neste momento é a Viagem Medieval, o Feira Viva promove os produtos oriundos de fora do concelho em detrimento dos naturais de Santa Maria da Feira. Como não podia deixar de ser a Fogaça da Feira, que toda a sua história está ligada ao castelo, vê-se desprezada em relação ao pão-de-ló de Ovar ou de Arouca, e porquê!!! Por uma razão muito simples, se for doces ou produtos do concelho paga somente, e eu torno a repetir somente o dobro dos produtos não oriundos do concelho. Agora eu sei o motivo dos produtores de doces naturais de Santa Maria da Feira optarem por vender doces regionais como o Pão-de-ló de Ovar, publicitando assim o concelho vizinho e apagando da memória dos Feirenses este doce inigualável que está em vias de ser certificado de seu nome Fogaça da Feira!!!???

Agora vou lançar novamente um repto à Confraria da Fogaça, ao Agrupamento de Produtores Artesanais da Fogaça da Feira, Câmara Municipal de Santa Maria da Feira e Juntas de Freguesia para criarem a Rota da Fogaça. Essa consistia na demarcação das padarias históricas associadas ao agrupamento, colocando sinaléticas personalizadas indicando a localização, o nome e história das mesmas, mais devendo ser criados complementos de divulgação dessa mesma rota, nomeadamente passeios turísticos, escolares e de idosos com o intuito de ensinar e de demonstrar a forma correcta de fabrico, passando pela melhor maneira de comer e saborear este doce regional.
Esta rota teria assim também como objectivo educar, e sensibilizar a população e turistas para a história e a gastronomia secular do concelho de Santa Maria da Feira.

Caso seja criada, a Fogaça não se cingirá a apenas um único dia, mas sim a todo o ano e desta forma esclarece-se os Feirenses e os demais visitantes para as verdadeiras características deste requintado doce, havendo um conhecimento mais alargado para sempre que tenhamos de adquirir para consumo próprio ou para dádiva uma fogaça da feira, não se compre gato por lebre, evitando manchar o nome e a história que o povo tanto lotou para prestigiar e afamar este tão nosso doce regional.

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