quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Filho denuncia pai violador

Catarina (nome fictício), de 14 anos, rosto de menina, olhar envergonhado caído no chão. Foi repetidamente violada pelo pai, um agricultor dos arredores de Oliveira de Azeméis, ao longo do último ano. Agora está grávida. Carrega um filho no ventre.
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O irmão, de nove anos, obrigado a mendigar pelo pai, foi anteontem encontrado pela polícia em S. João da Madeira. Não conseguiu mais esconder o terrível segredo – e contou tudo o que o pai fazia à irmã. A família foi acompanhada pelas autoridades para uma casa-abrigo e o caso foi entretanto encaminhado para a Polícia Judiciária do Porto.
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O pai, de 37 anos, nunca foi visto como um homem violento, até que “há dois anos, sem se saber porquê, tudo mudou”, contou ao CM fonte próxima da família, que só ontem soube o que realmente se passava dentro daquelas quatro paredes.
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Começaram os maus tratos à mulher, desempregada, de 35 anos, mãe dos filhos. Catarina e o irmão foram obrigados a mendigar pelas ruas. “Batia na mulher com aquilo que tivesse à mão: paus, cadeiras, tudo servia.”
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Na mesma altura em que Catarina começou a mudar o corpo de menina, o pai começou a violá-la perante o olhar da mãe, obrigada a assistir a tudo calada, sob ameaça. “Da primeira vez, a menina ainda tentou resistir, a mãe, ainda que tenha ido em seu socorro, foi barbaramente agredida”, diz a mesma fonte.
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Catarina fugiu mas sentiu-se perdida, sem saber para onde ir, com medo de contar o que acontecera. O pai foi buscá-la e obrigou-a a regressar a casa.
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As torturas da violação continuaram, sempre à noite, quando a menina estava a dormir. O violador obrigava a mãe a ir acordá-la.
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Algumas vezes, o irmão também assistia a tudo em silêncio, de lágrimas nos olhos, por nada poder fazer pela irmã e pela mãe. Em silêncio, o rapaz saía diariamente com a irmã para mendigar pelas ruas, sem coragem para denunciar o pior – até que anteontem acabou por contar tudo à polícia.
CONDENADO A 20 ANOS DE CADEIA
A 31 de Março de 2004, o Tribunal de Santa Maria da Feira condenou um homem, agora com 56 anos, a 13 anos e meio de prisão por maus tratos a cônjuge e violação da filha, de 17 anos. O Ministério Público recorreu da decisão e a pena foi agravada em sete anos (passou para 20), depois de já ter nascido o menino.
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A vítima foi a filha mais velha, que deu à luz um filho que é também neto do pai. As violações começaram em 2001, ano em que José Soares expulsou a mulher de casa. Desde essa altura e até 2003 passou a viver com as duas filhas, de 5 e 13 anos, obrigando a mais velha das irmãs a ter consigo relações sexuais de cópula completa. Durante este tempo, impediu-a de ir à escola, ameaçando-a e fechando-a em casa. O caso foi descoberto pela GNR quando o investigava por furto.
HOSPITAL CONFIRMOU GRAVIDEZ
A menina foi levada pelas autoridades ao gabinete de medicina legal do Hospital de S. Sebastião, em Santa Maria da Feira. Aí os médicos confirmaram os abusos sexuais e revelaram o que não se sabia: que “Catarina” está grávida, algo que era desconhecido quer por ela, quer pela mãe.
A adolescente ficou chocada, por esperar um filho do pai, mas ainda não decidiu se irá ou não abortar, possibilidade prevista na lei.
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A menina, o irmão e a mãe foram imediatamente acompanhados pelos serviços da Segurança Social, através da linha de emergência 144, e também pelas assistentes sociais locais. Já não pernoitaram em casa, ficando alojadas numa pensão. Ontem foram levadas a casa pela polícia, para irem buscar os seus bens a fim de rumarem para uma casa-abrigo de vítimas de violência doméstica no Norte do País, onde permanecerão pelo menos nos próximos tempos. O suspeito limitou-se a negar os factos.
"Esta história hoje publicada no correio da manhã, vem demonstrar o que por vezes acontece ao lado das nossas casas, e nada fazemos para mudar e evitar, que isto aconteça..."

1 Comentário:

Anónimo disse...

É horrível o que se passa pelo mundo e aquí em Portugal.Violência, violação de pais em filhas... Que mundo é este? Como pode um pai fazer tais coisas? E nós limitamo-nos a lamentar. Que fazer ? Compete as autoridades competentes, mas nem sempre o castigo é justo e daquí a uns anos vemos esses Abjectos á solta e na continuidade das suas maldades.

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