terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Vinho uma obra de arte.

Beber um grande vinho não é só apreciar uma grande arte como é ter um raro privilégio de interiorizar uma obra executada por dois grandes artistas: a Natureza, que inicia ao criar a matéria-prima excelente, e o enólogo, que acaba e lhe dá personalidade distinta por lhe imprimir o seu próprio estilo e carácter.
Os portugueses são diariamente massacrados por um selogam absurdo para os tempos de hoje que é o da direcção geral da viação que coloca sempre uma imagem de um copo de vinho, com a seguinte frase " se conduzir não beba ", esta imagem além de desactualizada mostra a pouca sensibilidade das entidades competentes perante um dos sectores que mais gente emprega em Portugal e que mais nome dá ao país, cidades e regiões. Imaginem o que seria da cidade do Porto, sem os seus famosos vinhos generosos, sendo a primeira região do mundo a ser demarcada, para não falar de regiões e terras como o Dão, a Bairrada, o Cartaxo, o Douro, Alentejo, Setúbal, etc.
Paulo Duarte um Sociólogo Brasileiro disse em 1944 na cidade de Lisboa que "O vinho, interpretado apenas como objecto de troca, desce à categoria dos que bebem mal. O que bebe mal é um bêbado, o que sabe beber é um homem de espírito". O vinho, explica este sociólogo, "não é uma composição física, porque não é só uma mistura, nem química, pois não é uma simples combinação, nem biológica, porque não é apenas um simples caldo de cultura, é tudo isso ao mesmo tempo ao serviço de uma arte que é o vinho". Tanto é que diz ainda "A sua formação (vinho) exige a mão do artista, como o mármore para virar estátua." Estas palavras tem tanto de belo como de verdadeiro.
Na actual sociedade portuguesa infelizmente os jovens dão mais valor a bebidas como a cerveja e energéticos alcoólicos, bebidas essas de qualidade duvidosa que funcionam com um marketing agressivo ligado multinacionais, desprezando o que melhor se faz em Portugal como é o caso do vinho. Vêem os turistas Ingleses, Franceses, Espanhóis e Americanos saborear o néctar dos Deuses a preços para o poder de compra deles risonhos, enquanto os portugueses vão apreciando as bebidas importadas compostas a preços excessivos e com uma qualidade que deixa muito a desejar.
Termino esta opinião bebendo um copo de Porto Vintage de 1977, dizendo esta frase típica da Bairrada, "Mais depressa se bebe um trago do que se conta uma História".


Ângelo Miguel Magalhães Cardoso.

1 Comentário:

Anónimo disse...

Com que então bebendo um vintage de 1977...

Viva o luxo

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