sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

200 Anos passados...

No dia 21 de Janeiro, as termas de S. Jorge “termo recentemente usado pela Sociedade de Turismo”, comemorou os 200 anos da provisão real de D. João VI, onde foi aceite a petição no sentido de desviar o rio, comprar terrenos particulares e edificar um balneário termal, “ a suportar pela imposição d`um real em cada quartilho de vinho que se vendesse no distrito da vara do juiz de fora da comarca da Feira, ficando o imposto e as obras sob a sua administração.” Pena é que os duzentos anos, tenham passado despercebidos a toda a população sem que houvesse uma cerimónia ou algo que fizesse lembrar a freguesia e o concelho da importância da construção desta estância balnear, quer no passado quer para o futuro desta terra, e pior sem que pelo menos tivessem aberto as instalações à população das Caldas de S. Jorge para admirarem e orgulharem-se de algo que existe na Freguesia e é desconhecido da maioria da população.
Na última época termal, passei-me por aquista nas termas de S. Jorge, com o intuito de verificar as condições e qualidade das recentes instalações, visto que eu as antigas conhecia bastante bem e quanto às novas instalações serem francamente desconhecidas de mim como da maioria das gentes da terra, pena é que esse desconhecimento seja prejudicial ao turista e ao possível aquista que se desloca à freguesia e solicite informações aos residentes, visto não existir nenhum posto de turismo nas Caldas de S. Jorge, porque a resposta mais certa que vão ter, provavelmente deve ser a mais errada que se devia dizer.
Devo afirmar que o meu melhor pensamento, foi em muito superado pelas excelentes condições existentes, quer a nível profissional, passando pela higiene e terminando nas infra-estruturas, que obrigam as melhores termas do país a equipararem-se a esta, e não ser esta a equiparar-se ás melhores do país. No entanto tenho de salientar que gostei muito da forma como é apresentado o novo logótipo das termas de S. Jorge, mas reconheço que não revejo aquele símbolo em nada que se relacione quer com Caldas de S. Jorge quer com o Concelho de Santa Maria da Feira, mas quem sou eu para opinar sobre essa matéria. Durante quase duas semanas, visitei tudo o que é referenciado nos poucos prospectos turísticos da freguesia, tenho de dizer que a minha decepção foi grande, não pela falta de qualidade de vida existente, muito menos pela beleza quer na zona envolvente das termas quer na harmonia existente em toda a freguesia, mas sim pelo pouco investimento turístico privado efectuado nos últimos anos e pior o retrocesso desse investimento. Nos anos 80 no centro das Caldas de S. Jorge existiam duas pensões, agora existe apenas uma, as casas que alugavam quartos a hospedes eram perto do dobro das que existem hoje, o numero de visitantes ao fim de semana na zona envolvente das termas era sem margem de erro pelo menos três vezes superior do que é agora, apenas existem duas áreas em que há uma clara ascensão de investimento privado que é a restauração, visto terem aumentado de dois para três restaurantes e no que toca a cafés, bares e pastelarias terem triplicado nos últimos anos.
Ao fim de duzentos anos o futuro em Caldas de S. Jorge a ainda é uma incógnita, pois existe a possibilidades, ou manter o fraco investimento privado, visto que a Câmara municipal tem investido fortemente na modernização da estância termal ou haver um investidor que se lembre que Caldas de S. Jorge existe, e faça o que não foi feito nos últimos anos isto é a criação de infra-estruturas, que possam albergar e incentivar a fixação dos aquistas em Caldas de S. Jorge, desenvolvendo assim o próprio comércio local em especial na zona envolvente das termas.

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